quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A cultura da economia

Acordei de súbito, há dois dias, com o meu dedinho a sussurrar-me que a Ministra da Cultura tinha sido remodelada. Que o novo Ministro se chamava Ribeiro. Pinto Ribeiro. António Pinto Ribeiro. José, acrescentou.
Passada a confusão inicial, restava ver quais os atributos do novo responsável por uma área cuja importância no Governo tem sido absolutamente marginal e, em consequência, se esta alteração poderia significar que, em fim de mandato, a Cultura pudesse finalmente ter um lugarzinho na acção governativa.
Até agora, fui apenas capaz de duas pequenas reflexões: primeiro, não deixa de parecer positiva a presença de alguém com peso político a defender a Cultura no Conselho de Ministros. Mas logo depois – e dado que o novo Ministro já disse, apesar de ainda não conhecer os dossiers, que deseja fazer "mais e melhor com menos meios" – não deixa de parecer que a nomeação de um "advogado da banca", como é apresentado, se destinará a captar dinheiros privados, a título de mecenato, para um ano e meio de aparente investimento (talvez eficaz em período eleitoral, conhecida que é a capacidade mediática dos artistas e gestores da cultura) que deixará, no final, ainda mais pobre aquilo que já é paupérrimo. A ver vamos, como dizia o cego...